Cidadania não tem idade: o trabalho voluntário e experiente prestado à Justiça Eleitoral
Munícipes catarinenses dão bons exemplos de participação democrática
Aos 89 anos de idade, o advogado e bancário aposentado Cilas Lourival Ziemann atua continuamente, desde pelo menos as eleições municipais de 2008, como membro da junta eleitoral da 8ª Zona Eleitoral de Canoinhas. Canoinhense que fala com orgulho das suas origens no interior, onde só se falava alemão e se ia à escola de pés descalços, Cilas orgulha-se de exercer a cidadania para muito além do voto. Conhecido pela boa memória e pela cordialidade, é comumente chamado pelos juízes eleitorais para emprestar sua respeitabilidade à Justiça Eleitoral, dentre tantas atividades relevantes de que participa na comunidade. O atual titular da 8ª ZE, juiz Eduardo Veiga Vidal, reconheceu a participação importante: “Logo que eu soube que o doutor Cilas estaria disposto a colaborar novamente, não tive dúvida e fiz o pedido, que ele prontamente atendeu”.
Quem também se recorda de sua atuação como membro de junta eleitoral é o juiz Márcio Schiefler Fontes, atualmente substituto do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral, que como juiz eleitoral da 8ª ZE de Canoinhas presidiu as eleições municipais de 2012: “O doutor Cilas Ziemann concretiza a velha fórmula legal do cidadão de notória idoneidade, além de ser um especialista na história regional, incluindo o Contestado, com destaque para a antiga companhia Lumber, que mesmo depois de tanto tempo voltou recentemente a protagonizar julgamentos rumorosos no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal. São muitos os juízes de Canoinhas com quem ele teve contato ao longo dos anos e eu me sinto especialmente gratificado por privar da amizade dele e de sua família”.
Como tem ocorrido nas últimas duas décadas, novamente em 2024 o aposentado está à disposição para auxiliar nos trabalhos eleitorais como membro de junta, do escrutínio à cerimônia de diplomação. As juntas eleitorais são compostas por um juiz de direito, que é o presidente, e por dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade. Seus membros são indicados pelo juiz eleitoral e nomeados pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral. Conforme o Código Eleitoral, cabe à junta eleitoral apurar o resultado das eleições nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição, resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração e expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
Outro exemplo de dedicação e engajamento cívico no planalto norte catarinense é a professora Elva Boreck Rodez, que atua como mesária desde as eleições de 1990, no município de Major Vieira, também destacada pelo juiz da 8ª Zona Eleitoral de Canoinhas. São 34 anos auxiliando a Justiça Eleitoral na realização dos pleitos. Professora de educação infantil, a pedagoga se orgulha em trabalhar nas eleições e diz que espera com ansiedade a chegada de uma nova eleição: “Estou prestes a me aposentar, mas vou continuar a exercer o cargo de mesária, me sinto muito útil e fico ansiosa para trabalhar a cada eleição”, revelou.
Para o chefe de cartório Fabiano Costa Belinski, contar com a experiência de pessoas como o senhor Cilas e a professora Elva é de extrema importância para o sucesso das eleições, “pois muito além do trabalho voluntário, são pessoas que atuam com responsabilidade e contribuem diretamente para a excelência dos serviços prestados pela Justiça Eleitoral em prol da democracia”.
Nestas eleições a Justiça Eleitoral catarinense conta com a colaboração de cerca de 68 mil mesários, dos quais mais de 41 mil são voluntários e aproximadamente 4 mil possuem mais de 56 anos de idade.
Imagem dos membros da Junta Eleitoral da 8ª Zona de Canoinhas: Alcides José Piermann Filho, Cilas Lourival Ziemann, juiz eleitoral Eduardo Veiga Vidal e a promotora eleitoral Aline Restel Trennepohl.
Imagem da mesária Elva Boreck Rodez com o juiz eleitoral Eduardo Veiga Vidal na seção eleitoral em Major Vieira.
Por Patrícia Brasil
Assessoria de Comunicação Social do TRE-SC