Alexandre de Moraes discute com TREs desafios da comunicação
Preparação para Eleições 2024 e combate à desinformação são os temas principais
“Minha prioridade este ano é aprimorar o combate à desinformação para entregar para a próxima gestão da Justiça Eleitoral uma situação mais regulamentada”. A afirmação é do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, durante reunião com os assessores de comunicação de todos os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) do país.
O ministro participou da abertura do II Encontro Nacional de Comunicação da Justiça Eleitoral na manhã desta quarta-feira (15) na sede do TSE, em Brasília. Durante três dias de programação, os assessores vão discutir estratégias para tornar a comunicação com a sociedade cada vez mais eficiente.
Uma das frentes de atuação informada pelo presidente do TSE é no sentido de buscar regulamentação junto ao Congresso Nacional para que, a partir das próximas eleições, não seja necessário atuar contra a desinformação dependendo apenas de resoluções do Tribunal. Moraes também informou que, em breve, vai se reunir com os representantes de todas as plataformas e redes sociais para ampliar e consolidar parcerias no sentido de facilitar esse combate às notícias falsas.
Uma saída, segundo o ministro, é que as plataformas passem a tratar discursos de ódio contra pessoas e instituições e ataques à democracia da mesma forma como tratam crimes graves como pedofilia ou racismo.
Diariamente as plataformas usam inteligência artificial por meio de algoritmos e equipe especializada para impedir publicações com esse teor, portanto, “o combate à desinformação deve ser exatamente da mesma forma”, destacou.
Avaliação
“Precisamos avançar com cada um identificando o que funcionou e, ao mesmo tempo, onde falhamos, reconhecer o que deu errado para enxergar no que a gente pode melhorar e para que os efeitos sejam menores a cada eleição”, disse o ministro, ao lembrar que há prazo razoável para trabalhar o tema e há expertise suficiente adquirida ao longo do tempo e dos ataques sofridos nos últimos anos.
“Em 2018 fomos surpreendidos, em 2020 melhoramos, em 2022 demos mais um passo e vamos evoluindo. Agora temos o desafio de aprender a lidar com a máquina da desinformação, entender como o mecanismo funciona e combater de forma mais efetiva”, asseverou.
Principais desafios
Entre os desafios apontados pelo ministro é conscientizar as pessoas sobre o código-fonte, por exemplo. Ele lembrou que até hoje escuta pessoas questionarem o motivo pelo qual não foi concedido acesso público ao código-fonte, sendo que o acesso foi dado durante um ano antes das eleições a diversas instituições e, inclusive, temos relatório das Forças Armadas reconhecendo que não houve qualquer fraude nos sistemas da urna.
Moraes apontou que as instituições trataram o assunto de forma tradicional, enquanto do outro lado havia agressividade na desinformação e narrativa montada para fazer lavagem cerebral e enganar as pessoas.
Em situações semelhantes, segundo o ministro, a estratégica tem que ser mais agressiva e descomplicada. “Em alguns casos a gente quer divulgar e se comunicar achando que do outro lado as pessoas são razoáveis e nem sempre são. É preciso fazer uma “deslavagem” cerebral com a informação correta”, finalizou.
Mesas de discussão
A secretária de Comunicação do TSE, Giselly Siqueira, apresentou dados de 2022 referentes à comunicação institucional. Ela explicou que as ações foram desenvolvidas dentro de iniciativas que fortalecem a democracia, educam, combatem a desinformação, valorizam a Justiça Eleitoral, representam, ativam emoções positivas, incluem, esclarecem e explicam.
Em seguida, ela destacou a presença da JE em diversas plataformas como uma forma de interagir com públicos de diversas idades em linguagem apropriada. A JE publicou conteúdos em redes como Twitter, Kwai, TikTok, Facebook, Instagram, YouTube e LinkedIn, WhatsApp e até o Tinder e IFood. “Estamos nessas plataformas levando informação de qualidade”, explicou Giselly.
A presença digital surtiu efeito. Em relação a 2018, em 2022, o número de jovens aptos a votar aumentou em 51,13%. O comparecimento desse público foi de 52,3% no primeiro turno.
Às vésperas das Eleições 2022, cerca de 30 milhões de eleitoras e eleitores no Brasil e exterior já haviam ativado o aplicativo e-Título. Somente em 2022, foram registradas mais de 13 milhões de ativações. O app e-Título chegou a ser um dos mais baixados nas lojas Android e iOS.
Combate à desinformação
A página Fato ou Boato atesta a veracidade de conteúdos e estimula a consulta, por parte das usuárias e dos usuários, da autenticidade de mensagens, por meio da divulgação de notícias checadas, recomendações e produtos educativos sobre a JE. Em 2022, somente de agosto a dezembro, foram publicados 155 esclarecimentos e registrou nove milhões de acessos. Em um dia, na véspera do 1º turno das eleições, foram 300 mil acessos.
O atendimento à imprensa também foi outro ponto forte no ano eleitoral. Foram realizados 6.204 atendimentos à imprensa nacional e internacional no ano passado, com 127 esclarecimentos das agências de checagem. O portal do TSE publicou 1.819 matérias.
Durante o 1º turno das Eleições 2022, foram cerca de 15 horas no ar, e 10 horas, no 2º turno. “Enfrentamos um momento de ataques que exigiram reforço na imagem institucional, e isso não acabou. Precisamos dessas ações e soluções para melhorar ainda mais a comunicação institucional, por isso, momentos como este são importantes”, finalizou a secretária de Comunicação.
Planejamento
Em seguida, a secretária de Comunicação, juntamente com os coordenadores de Imprensa do TSE, Laura Gracindo; de Mídias e Web, Fábia Galvão; e de Rádio e TV, Inorbel Maranhão; compuseram a mesa para apresentar aos assessores de comunicação dos TREs as ações previstas para este ano.
Todas as atividades serão realizadas dentro de cinco eixos principais: Fortalecimento da Justiça Eleitoral; Comunicação Interna; Enfrentamento à desinformação, educação midiática e capacitação; Comunicação institucional e Melhorias de Processos.
Fonte: TSE