Cartório eleitoral de Imaruí recebe indígenas da Aldeia Guarani Tekoá Marangatu

Atendimento foi realizado para cadastramento e regularização eleitoral

Indígenas são recebidos na 62ª ZE, em Imaruí

A equipe do cartório eleitoral de Imaruí, no Sul do Estado, recebeu uma missão especial na última segunda-feira (11): o atendimento a indígenas da Aldeia Tekoá Marangatu, da comunidade de Riacho Ana Matias.

Quase 40 indígenas estiveram no cartório, e mais da metade do grupo realizou o cadastramento eleitoral, fazendo o primeiro título. A iniciativa foi da professora da Aldeia, Clarice de Souza Padilha, que organizou todo o atendimento junto com o índio Fabiano Alves – ambos mesários voluntários daquela Zona Eleitoral. A professora conta que a iniciativa surgiu após a escola organizar uma campanha eleitoral para o Conselho Deliberativo Estudantil, um momento para levar à comunidade escolar a importância de alguns pontos, tais como o respeito ao direito de escolha, a escuta das propostas, o período eleitoral, o dia da eleição e a importância do voto como um direito. “No decorrer de todo esse processo, realizamos um levantamento dos alunos que já têm a idade de 16 anos e que gostariam de fazer seu título eleitoral, e percebemos uma significativa quantidade de pais e alunos que residem hoje na comunidade Tekoa Marangatu que precisam regularizar o título para que possam exercer o seu direito de voto. Com o apoio da Secretaria Municipal de Educação conseguimos realizar esse processo com sucesso”, comemora.  

A Aldeia Tekoá Marangatu foi criada pelos índios Guarani que vieram dos morros Maciambu e dos Cavalos, em Palhoça, transferidos para o interior de Imaruí em 1999 em um processo chamado pelo Ministério Público Federal, à época, de “medida mitigadora”. As terras localizadas na Cachoeira dos Inácios, no interior de Imaruí, foram adquiridas pela Petrobras em função de o território Guarani ter sido atingido pela instalação do Gasoduto Bolívia-Brasil. Quando lá chegaram, os Guarani batizaram o local como Tekoá Marangatu, que significa Terra de Tranquilidade.

Roni Fortunato Martins, chefe de cartório da 62ª Zona Eleitoral, de Imaruí, conta que a professora Clarice e o Fabiano são atuantes na região, e que a equipe do cartório recebeu com alegria a solicitação do atendimento aos indígenas. “Sabemos que o alistamento e outros tantos serviços da Justiça Eleitoral podem ser feitos de forma online, mas detectamos que eles têm pouco – ou quase nenhum – acesso à tecnologia. Por isso fizemos uma força-tarefa e conseguimos realizar o atendimento de forma presencial, incluindo assim esses cidadãos no processo eleitoral brasileiro”, conta.  

Povos indígenas na pauta da Justiça Eleitoral

Na mesma segunda-feira (11), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, participou de um encontro com representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, em Brasília. Na ocasião o ministro destacou que 2022 será um ano de defesa da democracia, por meio do diálogo e da igualdade, aspectos que deverão ser respeitados.

Segundo informações do site do TSE, o grupo recebido por Fachin era composto principalmente por mulheres indígenas que são pré-candidatas às Eleições 2022. Em sua fala o ministro afirmou, também, que uma democracia deve ter seguramente uma face feminina, “mas que ela será ainda mais verdadeira se tiver a face da mulher indígena”.

Por Manoela Pinheiro

Assessoria de Comunicação Social do TRE-SC

Missão: Garantir a legitimidade do processo eleitoral e o livre exercício do direito de votar e ser votado, a fim de fortalecer a democracia.

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